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Argentinos rebatem desequilíbrio entre ataque e defesa: "É um time só"

Se o velho chavão do esporte, também usado bastante no futebol, diz que a melhor defesa é o ataque, a Argentina deveria estar tranquila com a sua retaguarda. Afinal, com a força de Di Maria, Aguero, Higuain ou Lavezzi e o astro Messi na frente, a defesa estaria garantida. Mas a necessidade de equilíbrio está presente em cada entrevista dos jogadores e nos raros momentos de treino aberto que o técnico Alejandro Sabella comanda à vista da imprensa.

A preocupação existe e os intensos treinamentos já servem como resposta a constante crítica que a defesa sofre, ainda mais quando é comparada ao poderio ofensivo. Nas Eliminatórias, ainda inconstante, a Argentina sofreu 15 gols em 16 jogos – quase um por partida e em apenas quatro jogos saiu de campo sem sofrer gols. Mais recentemente, porém, a melhora do sistema defensiva foi notada na série de amistosos de preparação para a Copa. Nos últimos cinco, o time não sofreu gol. A defesa foi vazada pela última vez justamente no fim das Eliminatórias, em derrota por 3 a 2 para o Uruguai, em 15 de outubro de 2013.

Estreantes em Copa, o zagueiro Garay, companheiro de zaga do brasileiro Luisão no Benfica, e o volante Biglia, da Lazio, reconheceram que a vocação ofensiva da equipe pode expor mais uma defesa, mas acreditam no equilíbrio da equipe e, principalmente, na colaboração de todos jogadores em campo. Desde lá de trás até Messi.

- Eu penso que a primeira ação de defesa vem sempre dos atacantes. Assim como o primeiro lance de ataque pode sair dos defensores, em uma boa saída de bola. Se nossos atacantes fizerem pressão na frente, a bola chega mais mastigada para o meio de campo e para a defesa. A Argentina é um time só. Não há um time na defesa e outro no ataque. Seguramente há mais dificuldades por sermos um time ofensivo, mas isso não torna a defesa frouxa – disse o volante Biglia, que briga por uma vaga no meio de campo com Gago.

Garay afirma que derrapadas como as da Copa da África do Sul, em 2010, não se repetirão (Foto: Getty Images)Garay afirma que derrotas como a eliminação da Copa da África do Sul, em 2010, não se repetirão (Foto: Getty Images)

 


Um dos nomes da defesa argentina, Garay forma a dupla de área com Fernandéz. Nas laterais, Zabaleta e Rojo ficam mais presos ao sistema defensivo, sem saírem tanto para o jogo. Com inteligência, acredita o zagueiro, o time consegue atacar sem sofrer tantos riscos. O exemplo da derrota acachapante na África do Sul, quando os argentinos foram superados pela Alemanha por 4 a 0, em gols que saíram em contra-golpes, não assusta o zagueiro.

- Aquele Mundial já é passado. Claro que sabemos o que aconteceu e que, obviamente, não queremos que isso se repita. Sabemos que o potencial lá de cima é impressionante e que em algum momento não vamos conseguir defender com todos. Mas vai ter sempre quem faça o trabalho sujo para que a bola chegue bem para eles - disse o zagueiro argentino.