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Em jogo com dois pênaltis e três expulsões, Desportiva bate o Rio Branco e leva a Copa Espírito Santo

 

Herói grená foi novamente Hércules, que marcou o primeiro de pênalti e deu o pase para o segundo. Conquista leva Desportiva para a Copa do Brasil e Copa dos Campeões do Estado em 2013

 
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A Desportiva Ferroviária construiu neste sábado mais um capítulo de sua história de glórias. Dentro dele, outro parágrafo bonito, no projeto de recolocar o time nos trilhos, iniciado no ano passado, desde que os ferroviários retomaram o controle do futebol do clube. Em jogo brigado, corrido até o fim, com o gramado do Salvador Costa encharcado, cheio de poças e polêmica após dois pênaltis marcados por Marcos André Gomes, um para cada lado, e expulsões os grenás levaram para Jardim América o segundo título da Copa Espírito Santo, novamente diante de seu maior rival, o Rio Branco, de quem já havia vencido em 2008, após vencer por 2 a 1. No jogo de ida, a Tiva havia vencido por 2 a 0.
O herói mais uma vez foi Hércules. De cavadinha, ele marcou o primeiro gol grená, de pênalti, aos nove minutos do segundo tempo. Depois, deu o passe para Flávio Santos decretar o título grená. Antes disso, porém, Willy, também de pênalti, chegou a empatar o jogo para o Rio Branco, dando emoção a reta final do jogo.

Foto: Chico Guedes
Chico Guedes
Hércules, o herói, Gilmar e cia, festejam o título no Salvador Costa

O título é o segundo da Desportiva no ano. No primeiro semestre, os grenás levaram a Série B do Capixabão, em cima do Estrela, colocando de volta o time à elite em 2013. O campeão agora está garantido na Copa do Brasil do ano que vem. A competição começa no dia 3 de abril e desta vez contará com 87 clubes, inclusive os times que disputam a Copa Libertadores da América do ano que vem. O time conhecerá seu rival provavelmente em fevereiro, quando a tabela será publicada, 60 dias antes do início da competição, como prevê o Estatuto do Torcedor.

> Torcedor do Rio Branco acaba ferido em confusão no segundo tempo

Além disso, o time também encara o Aracruz, uma semana antes do início do Capixabão, para decidir o primeiro título da próxima temporada na Copa dos Campeões, que passa a reunir em 2013 os campeões da Copa Espírito Santo e do Capixabão, em jogo único, desta vez no Estádio Eugenio Bitti, o Bambu, em Aracruz.

Foto: Chico Guedes
Chico Guedes
Grenás dão a volta olímpica no Estádio Salvador Costa

Primeiro tempo

Depois de dias com chuva forte na Grande Vitória, o gramado do Salvador Costa pagou o preço. Apesar de apresentar condições de jogo bem melhores que na quinta e sexta-feira, o Ninho da Águia, nitidamente, não conseguiu escoar toda a água que caiu. Assim, nos primeiros minutos, os jogadores de Rio Branco e Desportiva tiveram mesmo que se adaptar ao solo. Passes pelo alto, altinhas e toque de primeira fazia-se necessário para não ficar preso em uma poça.

Aos cinco minutos, o goleiro Fernando, do Rio Branco, que ganhou a vaga de Célio, que deixou o clube, sentiu isso. Ao querer sair jogando com as mãos, com o zagueiro Leandro, a bola parou em uma poça, na entrada da área, e sobrou para Flávio Santos. Desequilibrado, ele tentou o chute, mas ela também parou na poça e Fernando defendeu. Logo mais, Eduardo tentou um drible, conduzindo a bola, e também ficou pelo caminho.

Foto: Chico Guedes
Chico Guedes
Guaçuí e Ayrton disputam bola

Rio Branco assusta

O primeiro lance de perigo veio aos nove minutos. Willy, de costas, foi derrubado na entrada da área pelo zagueiro David. Eduardo bateu a falta à meia altura, fraca, e Felipe caiu para fazer a defesa, sem dar rebote. O Rio Branco empurrava a Desportiva, que só saía na base do chutão, mas também não conseguia construir as jogadas e só arriscava nos chutes de fora da área, com Eduardo e Ramon.

> Campeã, Desportiva começa a planejar 2013

Aos 16 minutos, nova investida capa-preta, e Hítalo perdeu gol feito. Ele ganhou dividida com David, no bico da área, pela esquerda, e avançou pelo meio. No combate de Tony, venceu novamente o 'pé de ferro' e na marca do pênalti, sem marcação bateu para fora. A bola passou rente a trave esquerda de Felipe, que só ficou olhando. A torcida fez 'uhhhl' e acordou no Salvador Costa. Na jogada seguinte, foi a vez de Willy perder o gol, talvez tão feito quanto, cabeceando para fora o passe de Eduardo, aos 17 minutos.

Poça capa-preta

Aos 20 minutos, foi a vez da Desportiva levar perigo. Em rebatida da zaga, no meio-campo, Guaçuí deixou passar, mas ela parou na poça e sobrou para Alves. Ele limpou Hícaro e ia para a área, livre, no dois contra um. Mas a bola parou numa poça gigante e o capa-preta conseguiu se salvar. Na sequência, Hércules ganhou de novo e foi derrubado na meia-lua. Na cobrança, ele mesmo jogou para fora, todo torto, pela linha de fundo.

Aos 25, em nova bobeada da zaga capa-preta, Hércules ganhou na corrida e dividiu com o goleiro Fernando. Ela sobrou para Carlos Vitor. Ele cortou para o meio e tentou o chute por cobertura. Ela não pegou força e Fernando defendeu em dois tempos, salvando o capa-preta de levar o primeiro gol. O jogo era lá e cá. Emocionante.

Depois dos 30, o jogo caiu um pouco em emoção. Os times seguraram um pouco o ímpeto, e saíam mais no chutão, já que era praticamente impossível tocar a bola no Salvador Costa. Bom para a Desportiva, que segurou a onda, marcou bem as investidas do Rio Branco, levou sufoco em um chute de Guaçuí, de fora da área, defendido por Felipe aos 43 minutos, e foi para os vestiários com o empate em 0 a 0 e a vantagem mantida.

Foto: Chico Guedes
Chico Guedes
Fernando, Hércules e Hícaro em dividida

Segundo tempo

A Tiva voltou para a segunda etapa com uma mexida. Alves, que sentiu o gramado pesado, deixou o campo para a entrada de Thiago, mais defensivo, e que passou a atuar na direita do ataque capa-preta, pegando as investidas de Thayson e Hítalo. A Desportiva foi quem chegou primeiro, aos quatro. Hércules dominou lançamento e tocou para Flávio Santos. Na corrida com Ramon, porém, ele perdeu a chance de sair na cara do gol de Fernando.

Um pênalti para cada lado, dois gols e expulsões

Aos nove minutos, uma polêmica. Carlos Vitor cruzou da direita, e Hércules corria para a bola. O goleiro Fernando subiu para interceptar a bola e acabou acertando o atacante Hércules, ao mesmo tempo que foi desequilibrado. Perto do lance, Marcos André Gomes não teve dúvida. Marcou pênalti e deu o cartão amarelo para o goleiro. Os jogadores do Rio Branco cercaram o juiz e a cobrança demorou quase três minutos. Hércules foi para a bola, olhou compenetrado e no melhor estilo Loco Abreu, bateu de cavadinha, enquanto Fernando pulou para o canto direito: 1 a 0 Desportiva e o título quase na mão grená.

No desespero e precisando de três gols, Erich sacou o zagueiro Hícaro, recuou Guaçuí para a zaga e mandou Humberto, o talismã de 2010, para o jogo. Ele, porém, nem teve tempo de entrar direito e já viu mais confusão. Após dividida entre Thiago e Diego, o clima pesou. Diego tentou o soco, Thiago revidou e na confusão, a tropa de choque teve que entrar no gramado. As comissões técnicas também. Depois de seis minutos de atrito, Diego e Thiago foram expulsos e o jogo seguiu.

Foto: Chico Guedes
Chico Guedes
Hércules festeja seu gol de pênalti no Salvador Costa

Aos 19 minutos, o pênalti foi para o Rio Branco. Humberto partiu para cima da marcação e foi derrubado por Gilmar. Na cobrança, Felipe caiu bem, mas Willy jogou no canto: 1 a 1, jogo pegando fogo no Engenheiro Araripe e torcida do Rio Branco acreditando que a vitória era possível.

Grenás matam a partida

Aos 22 minutos, porém, nova ducha de água fria nos capa-pretas. Gilmar cortou lá atras e a bola sobrou para Carlos Vitor. Ele limpou a marcação e lançou Hércules. Mas muito forte. Só que a poça decidiu mais uma vez. Quando fez o corte, o goleiro Fernando não contava que ela parasse no meio do caminho. Hércules acreditou, limpou o lance, cortou dois marcados e cruzou para Flávio Santos. Na pequena área, ele colocou para dentro: 2 a 1 Tiva, festa nas arquibancadas e tempo técnico para esfriar os ânimos.

Aos 27 minutos, quase o golpe de misericórdia. O Rio Branco saiu todo e ficou com a zaga exposta. No contra-ataque, Hércules ganhou da zaga, e saiu na cara do goleiro Fernando. Leandro, porém, deu um carrinho por trás e recebeu o cartão vermelho de Marcos André Gomes. Da meia lua, Sorriso bateu colocado e Fernando espalmou bem para a lateral. Seria o gol que decretaria o fim do jogo desde já.

Com um a menos, o Rio Branco passou a levar pressão. Aos 31 minutos, em jogada combinada, Hércules, Flávio Santos e Carlos Vitor triangularam. A bola, na pequena área, sobrou para o camisa sete. Na batida, Carlos Vitor porém acertou o meio do gol, e Fernando caiu para fazer a defesa, salvando o Rio Branco.

Na reta final do jogo, os grenás seguraram a partida, trocaram passes, ouviram a torcida gritar é campeão, e só esperaram o apito final de Marcos André Gomes para sair comemorando a segunda conquista da Copa Espírito Santo sobre o Rio Branco. A primeira veio em 2008, no Engenheiro Araripe.

Ficha técnica

RIO BRANCO 1 X 2 DESPORTIVA

Rio Branco: Fernando; Isaac (Joãozinho), Leandro, Hícaro (Humberto) e Thayson; Guaçuí, Ramon (Claudinho) e Eduardo; Diego, Willy e Hítalo. Técnico: Erich Bomfim.

Desportiva: Felipe; Sorriso, David, Tony (Tatá) e Ayrton (Renan); Carlos Alberto, Gilmar, Carlo Vitor, Flávio Santos e Alves (Thiago); Hércules. Técnico: Mauro Soares.

Estádio: Salvador Costa (ES)
Árbitro: Marcos André Gomes (CBF-ES)
Público: 3 mil pagantes (3.423 presentes)
Renda:  R$ 50 mil
Gols: Hércules, aos nove, Willy, aos 19, e Flávio Santos, aos 22 minutos do 2º tempo