Thiago Neves fala em "falta de respeito" do Boca em 2008 e diz não temer duelo.

Enfrentar o Boca Juniors, clube mais popular da Argentina, em La Bombonera, estádio que rivaliza com o Maracanã quando se fala em palco mais emblemático do continente, é algo que mexe com o imaginário de jogadores, torcedores e amantes do futebol em geral. E nada mais natural do que virem logo à mente palavras como medo, cautela, nervosismo e similares, afinal, o clube argentino só foi eliminado da Copa Libertadores pelo Santos de Pelé, em 1963, e pelo Fluminense, em 2008.

“A gente respeita e sabe que vai ser um jogo muito difícil. Mas sabemos, também, que do lado de lá também há um respeito em relação a nós. Um respeito que eu acho que faltou em 2008, por isso eles pagaram caro”, relembrou Thiago Neves. O apoiador diz que entre os jogadores do Fluminense a intenção é jogar de igual para igual e buscar o melhor resultado possível.Único remanescente daquele duelo histórico, o meia Thiago Neves reencontrará o time argentino nesta quarta-feira, às 21h50, desta vez na famosa La Bombonera – em 2008 havia sido na “cancha” do Racing, em Avellaneda. O camisa 7 das Laranjeiras, mais maduro, não se esquece dos lances dos últimos confrontos, mas garante que ninguém no Fluminense sente medo do Boca Juniors.

“A gente vai para fazer o nosso jogo e buscar a vitória. No mínimo, não perder e vencer o jogo no Rio. Claro que é um jogo especial. Para mim, para o Fluminense, para o torcedor. Vencer uma partida dessas nos encheria de moral para os próximos jogos. É daqueles jogos que não saem da memória. Eu me lembro de tudo de 2008. O meu gol, com falha do goleiro deles. O passe que dei para o gol do Thiago Silva, no jogo de lá. Lembro que no jogo do Maracanã fui eu que falhei na marcação do Palermo, no gol deles. Tem também o gol do Dodô, a nossa virada. Lembro tudinho”.

No treino da manhã desta segunda-feira, nas Laranjeiras, o técnico Abel Braga definiu a equipe que jogará na quarta. No lugar de Leandro Euzébio, expulso contra o Arsenal, joga Digão. Na cabeça de área, Edinho, que na semana passada estava com dores musculares, treinou entre os reservas. Valencia deverá ser o titular. Assim, o Tricolor deve entrar em campo com Diego Cavalieri; Bruno, Digão, Anderson e Carlinhos; Valencia, Diguinho, Deco e Thiago Neves; Wellington Nem e Fred.

Problemas na zaga e 'agressividade' do Boca Juniors atormentam Abel no Fluminense.

A linha de frente formada por Deco, Thiago Neves, Fred, Rafael Sóbis, Araújo e Rafael Moura intimida qualquer adversário na América do Sul. Entretanto, as atenções de Abel Braga no Fluminense estão totalmente voltadas para a defesa. Com um titular suspenso, o reserva imediato machucado e frequentes erros nas últimas partidas, o treinador não esconde a preocupação para a importante partida contra o Boca Juniors, na próxima quarta-feira, pela Libertadores, na Bombonera.

Após ver Leandro Euzébio expulso na estreia da competiçãoo e Gum, que o substituiria, lesionado, o técnico tricolor ainda não demonstra total confiança na dupla formada pelo titular Anderson e Digão. "Se ficarmos só lá atrás, vamos perder. Isso me preocupa. A equipe deles é muito agressiva, nós não podemos aceitar isso. Sei que precisamos trabalhar e melhorar muito nossa defesa, por isso prefiro evitar que ela fique exposta", alertou.

Apesar de não sofrer gols na vitória do último sábado, contra o Nova Iguaçu, pela Taça Rio, a dupla tem atormentado o treinador. Com alguns erros de posicionamento, principalmente nas bolas aéreas, o comandante tricolor sabe que o melhor a se fazer no duelo diante do Boca é evitar que o time argentino imponha sua tradicional pressão.

Ainda assim, mesmo diante de todas as dificuldades, o técnico acredita que a equipe chega bastante motivada para o duelo que pode deixar o time tricolor em excelente situação na Libertadores."Se tiver competitividade no duelo, até dá para encarar. O que não podemos é ficar apenas nos defendendo. Temos que jogar de igual para igual. Vou para lá para ganhar, vou partir para cima. Não posso me encolher diante de um time como o Boca em seu estádio", disse Abel Braga.

"As dificuldades vão existir sempre, principalmente em uma competição como a Libertadores, mas vejo o time confiante. A vitória de hoje [sábado] serviu para nos motivar ainda mais. Precisávamos disso. Vamos com tudo na quarta-feira", frisou o técnico tricolor.

Após a vitória na estreia da competição sul-americana, por 1 a 0, sobre o Arsenal-ARG, o Fluminense poderá chegar aos seis pontos em caso de triunfo sobre o Boca Juniors, deixando a classificação para a próxima fase muito bem encaminhada.

Thiago Silva reforça torcida do Flu e dá dicas para o jogo contra o Boca.

Um dos maiores ídolos recentes da história do Fluminense, o zagueiro Thiago Silva está na Itália – é titular absoluto do Milan. Mas nesta quarta-feira, o coração baterá mais forte em Buenos Aires, local da partida do time tricolor contra o Boca Juniors pela Copa Libertadores. Integrante da equipe que eliminou os argentinos na semifinal de 2008, o defensor deu dicas aos jogadores do time atual.

“A receita para jogar uma Libertadores é não ter medo dos adversários nem das torcidas deles. Em 2008, não atuamos na Bombonera, mas o estádio que jogamos contra o Boca estava bem cheio e a pressão foi grande. O Fluminense tem um time melhor e pode se impor. Torcerei daqui para que este ano o título da Libertadores vá para as Laranjeiras”, disse o craque por e-mail ao UOL Esporte.

Thiago Silva fez parte do time vice-campeão da Libertadores de 2008. Na ocasião, o Fluminense eliminou o Boca Juniors na semifinal – empatou por 2 a 2, em Avellaneda, e venceu por 3 a 1, no Maracanã. O zagueiro, aliás, foi um dos destaques do jogo de ida e marcou um belo gol de cabeça.

Acostumado a enfrentar os principais atacantes do planeta, Thiago Silva reconhece que o fato de jogar no estádio La Bombonera pode ser um complicador para o Fluminense, mas reitera que o time deve se impor na Argentina.

“Encarar o Boca é sempre um desafio para os times brasileiros. Eles têm tradição de fazer grandes Libertadores. E jogar na Bombonera também é complicado. Mas estou confiante”, completa o zagueiro do Milan e torcedor do Fluminense.