Rio Branco-ES goleia Espírito Santo, sai do Z-2, e torcida provoca a Tiva

Classificar de ressurreição uma vitória sobre o lanterna, um time que ainda não venceu ninguém seria demais. Mas o Domingo de Páscoa pode ser, de alguma forma, o começo de uma vida nova para o Rio Branco-ES no Campeonato Capixaba de 2013, pelo menos já sem a pressão de estar na zona do rebaixamento. No Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica, o Alvinegro venceu com facilidade, por 4 a 0, o Espírito Santo FC, com gols do jovem Guga, de Faioli e de Hítalo (2), que entrou após o intervalo.

Mais que os três pontos, por si só importantíssimos, a partida parece ter clareado um pouco mais o caminho rumo ao time e a formação ideais para o técnico Marcelo Salles, e também fez a torcida capa-preta recuperar parte de sua confiança. A ponto de até provocar os arquirrivais grenás, da vice-líder Desportiva, para o clássico da próxima quarta-feira, às 20h15.

O Rio Branco-ES começou bem, com uma postura corajosa, em que se destacaram Tiago Moura e Guga. Quando ameaçava perder ímpeto, e já era mesmo alvo de algumas reclamações, o Alvinegro abriu o placar, aos 35, num chute de Guga que teve a colaboração preciosa do meia adversário Pelica, que recuou mal, e do goleiro Fábio Santos, que engoliu um frangaço. No segundo tempo, aos 11, Faioli, apesar de ter sido coadjuvante durante a maior parte do jogo, aumentou. Hítalo, aos 34, cobrando falta, e aos 46, de cabeça, fechou o placar.

Com o resultado, o Rio Branco-ES deixa a zona do rebaixamento do Campeonato Capixaba. O time alvinegro pula da nona para a sexta colocação, agora, com 15 pontos, deixando para trás São Mateus (14), Linhares (13) e Vitória-ES (13). A pretensão de ir à semifinal ainda está um pouco distante, já que o quarto colocado, Conilon, já tem 19 pontos. Já o Espírito Santo segue sem vencer, com míseros seis pontos após 13 partidas, e tem no descenso quase uma certeza.

As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira, dia 3 de abril, pela 14ª rodada do Campeonato Capixaba. O Espírito Santo FC recebe às 15h o São Mateus, no Estádio Almiro Ofranti, em Vargem Alta. Já o Rio Branco-ES faz o maior clássico do futebol capixaba, contra a Desportiva Ferroviária, a partir das 20h15, no Engenheiro Araripe.

“Frango” põe Rio Branco-ES na frente

O torcedor que escolheu assistir ao Rio Branco-ES no seu Domingo de Páscoa começou satisfeito. Com uma montagem ofensiva, em que Tiago Moura e Guga, abertos nas pontas, formavam praticamente um trio com o centroavante Faioli, o time alvinegro começou com atitude. Nem a falta de um lateral-esquerdo autêntico – o zagueiro Leandro Moraes jogou improvisado no setor – atrapalhou, ao menos de início.

O destaque era Tiago Moura, protagonista de três boas chegadas, aos dois, aos nove e aos 11 minutos. Na primeira, um drible, a invasão pelo lado esquerdo da área e um chute cruzado no canto esquerdo, que Fábio Santos espalmou. Na segunda, um lançamento para Guga na direita e um arremate para fora após a devolução. E na terceira, um lindo voleio, que rasgou a área e por pouco não acertou o canto esquerdo do goleiro Fábio Santos, que só olhou.

Tiago Moura finaliza para fora após cruzamento de Guga (Foto: Bruno Marques/Globoesporte.com)

O gol, porém, não saiu logo. Aos poucos, as palmas foram virando reclamações pontuais, como num chute fraco de Guga, aos 21, e num passe errado do apagado Faioli, aos 22. O centroavante também finalizaria sem força, aos 28, após passe de Tiago Moura, irritando o torcedor. Ensaiou-se, enfim, uma tímida vaia, aos 32, noutro chutinho torto de Guga.

Mas o camisa 10 não fazia mal jogo e seria recompensado a seguir. Aos 35, o meia adversário Pelica tentou recuar e acabou lançando Guga, nas costas do lateral-esquerdo Léo Pitangueira. O garoto de Marilândia avançou livre e bateu cruzado. A bola talvez nem entrasse, mas Fábio Santos, tentando agarrá-la, desviou-a para a própria rede: frango clássico e Rio Branco 1 a 0.

Faioli marca e torcida já pensa no clássico

O segundo tempo começou com Tiago Moura querendo se consagrar como “garçom”. A um minuto, ele serviu Hítalo, que entrou após o intervalo em lugar de Riwael. O atacante mirou o ângulo, mas acertou a rede pelo lado de fora. O mesmo deu-se com Faioli, aos seis. Lançado por Tiago Moura, ele também acertou a parte externa da rede, num chute baixo, mas dessa vez pelo lado esquerdo. A bola só entrou mesmo aos 11. Tiago Moura enfiou bola rasteira, Faioli girou batendo de perna direita e acertou o canto direito: 2 a 0. A torcida comemorou e já provocou o próximo adversário, com gritos de “Ô, Desportiva, pode esperar, a sua hora vai chegar”.

De joelhos, Guga comemora o primeiro gol do Rio Branco-ES (Foto: Bruno Marques/Globoesporte.com)

Hítalo transforma vitória em goleada

Poderia ter virado goleada já aos 18 minutos, quando Humberto, que entrara pouco antes em lugar de Guga, foi trombado na área por Vinícius Lourenço. Elvis de Almeida não deu o pênalti fácil de ser marcado. Aos 32, o lance foi parecido, envolvendo os mesmos jogadores, com a "pequena" diferença de ser fora da área. Aí, o árbitro não só deu a falta como aplicou cartão amarelo ao defensor. Na cobrança, vinda quase da ponta-esquerda, Hítalo bateu direto, pelo alto. A bola morreu no ângulo oposto: 3 a 0. Era um prêmio ao jogador que geralmente amarga a reserva, mas que por vezes colabora até mais que alguns titulares. Aos 46, Hítalo ainda faria outro, de cabeça, após cruzameto de Faioli e fecharia o marcador, num justo e elástico 4 a 0.

No inoperante Espírito Santo FC, difícil é dar algum alento ao técnico Jorge Replay, que assumiu na sexta-feira e pelo jeito verá um repeteco de maus resultados nas cinco rodadas que faltam. Sem seu principal jogador, o atacante Dieguinho, que cumpriu suspensão, o time quase não ameaçou. Registre-se, para não passar totalmente em branco, um chute rasteiro do volante Hismael Laranja, no fim do primeiro tempo, defendido por Henrique, e outro de Hudson Tubarão, aos 32 do segundo, que passou rente à trave. Se o Rio Branco-ES tem direito de acreditar em dias melhores, o representante de Vargem Alta parece destinado à última colocação.