Ronaldinho faz gols, chora e homenageia padrasto falecido em goleada do Atlético-MG sobre Figueirense

Com exibição de gala de Ronaldinho Gaúcho, que fez três gols, participou de outros dois e chorou ao comemorar o primeiro tento, emocionado por causa do falecimento de seu padrasto, o Atlético-MG goleou o Figueirense, por 6 a 0, na noite deste sábado, no Independência. O show do craque atleticano encerrou série de quatro jogos sem triunfo, começando o mês de outubro de maneira bem diferente que o anterior, quando somou só 9 pontos em 24 e com a maior goleada deste Brasileirão até o momento.

Nos quatro jogos anteriores, o Atlético-MG tinha empatado dois e perdido também duas vezes. Além dos maus resultados, a torcida se preocupava com as exibições ruins, que nem de longe lembravam as atuações do campeão simbólico do primeiro turno. Neste sábado, o torcedor atleticano saiu feliz do Independência, porque viu um time aplicado, voltando a jogar em velocidade e com Ronaldinho Gaúcho inspirado.

Durante a semana, em que o grupo teve dois dias de folga, um pacto pela retomada dos triunfos foi firmado entre atletas e comissão técnica. Além disso, o presidente Alexandre Kalil definiu um aumento na premiação e Cuca reduziu em um dia o período de concentração. O conjunto de estratégias deu certo e o Atlético-MG ganhou seu 16º jogo, chegando a 56 pontos. Já o Figueirense manteve-se na vice-lanterna, com 22 pontos, cada vez mais ameaçado de rebaixamento.

A vitória foi definida ainda no primeiro tempo, quando Ronaldinho gaúcho marcou dois gols e fez o cruzamento para o marcador por Rever. No segundo tempo, ainda fez mais um em cobrança de pênalti sofrido por Jô e fez a jogada completada por Bernard. No intervalo, Marcos Rocha e Bernard revelaram, no intervalo, o motivo da emoção da estrela alvinegra.

“Ele teve a perda do padrasto, a gente sente quando perde uma pessoa de quem gosta e que ajuda a criar a gente, mas a resposta está vindo dentro de campo. O apoio que ele precisa a gente está dando, a gente sabe as dificuldades que ele está passando, perdeu ente querido, estamos dando o apoio para que ele possa desequilibrar”, comentou o lateral direito Marcos Rocha. Bernard disse ainda que o companheiro chorou também por causa da mãe, dona Miguelina, que está doente.

Como se esperava, o Atlético-MG começou o jogo buscando o ataque, enquanto o Figueirense se defendia e tentava contra-atacar. Nos primeiros 10 minutos, Guilherme e Jô já tinham finalizado, mas sem sucesso. Aos 12 min, no entanto, o craque fez a diferença. Ronaldinho Gaúcho cobrou escanteio curto, pela esquerda, para Bernard, que lhe devolveu a bola e o camisa 49 acertou um chute de curva, que entrou no ângulo de Wilson.

E Ronaldinho Gaúcho emocionou-se após marcar o gol, o quinto dele com a camisa atleticana. Ele se ajoelhou, colocou a mão sobre o rosto. Foi abraçado, primeiro por Bernard, depois pelos demais companheiros e, quando levantou-se chorava bastante. O craque ergueu a mão ao céu e respirou profundamente, enquanto se dirigia ao centro do gramado para o reinício da partida.  

O segundo gol atleticano não demorou muito e saiu de novo dos pés de Ronaldinho Gaúcho, aos 23 min, mais uma vez em consequência de bola parada. Dessa vez, o inspirado meia cobrou falta da ponta esquerda e achou Réver, livre, do outro lado, para cabecear e colocar a bola nas redes, fazendo 2 a 0. A comemoração não teve lágrimas, mas sorrisos de Réver e do camisa 49 atleticano. Depois disso, o Figueirense tentou se lançar ao ataque, mas a partida estava sob controle do time da casa.

Aos 31 min, saiu o terceiro gol atleticano e o segundo de Ronaldinho Gaúcho, o primeiro em cobrança direta de falta pelo Atlético e o sexto marcado por ele pelo alvinegro mineiro. O próprio Ronaldinho sofreu a infração cometida por Jackson e cobrou rasteiro, entre a barreira, com a bola entrando no cantinho do goleiro Wilson, que não teve reação. E R49 comemorou com Jô, saltando e batendo peito no peito.

Dois minutos depois, Jackson fez falta dura sobre Bernard, foi expulso e deixou o time catarinense com um jogador a menos. O Atlético-MG que já dominava, ficou ainda mais à vontade em campo. Sem forçar, foi criando e desperdiçando chances para ampliar o marcador, especialmente com Jô, que obrigou Wilson a trabalhar e ainda mandou a bola na trave. Aos 45 min, Bernard foi lançado e, livre, chutou para fora.

Sem alterações, o Atlético-MG voltou tocando a bola, com tranquilidade, à espera de uma chance para ampliar o marcador. Já o Figueirense retornou com Júlio César no lugar de Guilherme Lazaroni e com maior disposição ofensiva, mesmo com 10 jogadores. Aos 5 min, Hélder manda a bola na trave atleticana, dando um susto no time anfitrião. Onze minutos depois, Sandro fez pênalti em Jô, convertido por Ronaldinho. Aos 22 min, Ronaldinho fez a jogada para Bernard fazer o quinto gol atleticano. O sexto foi de Carlos, César, aos 36.