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Diretoria são-paulina busca nome de consenso para evitar 'sétimo erro'

Dia 19 de junho de 2009. Na noite de uma sexta-feira, Muricy Ramalho foi demitido do comando do São Paulo meses após conquistar o tricampeonato brasileiro. Desde então, o clube procura alguém que seja capaz de colocar o time nos eixos. Com a saída de Ney Franco, demitido dois dias após a derrota para o Corinthians, no primeiro jogo decisivo da Recopa Sul-Americana, o clube do Morumbi despacha seu sexto treinador sem saber o que fazer para resolver o problema. Muricy Ramalho e Paulo Autuori, os dois técnicos mais vitoriosos na história recente do clube, são os mais cotados para assumir a equipe e acalmar uma exigente torcida.

Desde 2009, o Tricolor já tentou de tudo. Trouxe técnicos com pulso forte, comandantes estilo paizão, profissionais consideradas inovadores e profundos conhecedores das categorias de base. Nenhum deles deu certo. O que estaria errado então? O problema não seria a qualidade do elenco?

Juvenal Juvêncio e seus comandados rebatem essa tese. Para Adalberto Baptista, as constantes trocas não significam que o clube está errando.

– Acredito que no futebol brasileiro, somente três ou quatro clubes mantiveram seus treinadores após um ano. O São Paulo troca o comando sempre que acha necessário. Sempre que fazemos uma contratação, esperamos que ela seja a mais duradora possível. Só que os resultados precisam andar juntos. No futebol, não existe meio-termo. Os resultados levam você ao céu ou ao inferno – diz Adalberto.

O São Paulo quer aceitar um novo comandante rapidamente. Para domingo, no clássico contra o Santos, o interino Milton Cruz vai comandar o time. A intenção é que o novo técnico seja apresentado até terça-feira para que já fique no banco de reservas na quarta-feira, na partida contra o Bahia, no Morumbi.

Perfis diferentes

A primeira tentativa veio com Ricardo Gomes, um perfil totalmente oposto ao de Muricy. O antigo técnico tinha gênio explosivo, enquanto o novo candidato era considerado um "cavalheiro". Levou o time até a semifinal da Taça Libertadores de 2010, quando o Tricolor foi eliminado pelo Internacional. Com o técnico pressionado pela torcida, a diretoria não quis renovar o contrato do treinador que, no ano seguinte, mostraria seu valor ao levar o Vasco ao título da Copa do Brasil.

Juvenal Juvêncio resolveu inventar. Com o discurso de que era preciso pensar em algo novo e, principalmente, apostar nas categorias de base, o presidente efetivou o técnico do time sub-20, Sérgio Baresi. Durou apenas três meses. Ele foi demitido após uma vexatória derrota para o Goiás por 3 a 0, no Morumbi. Em seguida, diretoria apostou em Paulo César Carpegiani, que já tinha feito um bom trabalho em 1999, quando levou o time até as semifinais do Campeonato Paulista e do Brasileirão.

Dos seis técnicos pós-Muricy, Carpegiani é o que tem melhores números. Chegou à reta final do Campeonato Brasileiro de 2010 e não levou o time para a Libertadores. No Paulista de 2011, foi eliminado pelo Santos. Na Copa do Brasil, começou a cavar sua sepultura com a eliminação diante do Avaí e a discussão acalorada com Rivaldo, quando chegou a chamar o veterano meia de "mau caráter". Durou poucos jogos mais e, no começo do Campeonato Brasileiro, foi demitido para a chegada de Adilson Batista.

Começava a terceira passagem do treinador pelo futebol paulista. No Tricolor, sonhava apagar a péssima imagem deixada em Corinthians e Santos. Logo, o sonho se transformou em pesadelo. Ele caiu após uma derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG. Sem admitir seus erros, Juvenal decidiu que o problema era o perfil do grupo, que estava acomodado. Para acabar com a festa, recorreu a Emerson Leão que, em dois meses, pouco fez. Mesmo assim, teve seu contrato renovado para 2012.

Conforme prometido, Juvenal reformulou o elenco. Leão conseguiu fazer o São Paulo entrar nos eixos. Mas sofreu interferência do presidente, que determinou o afastamento do zagueiro Paulo Miranda, em má fase, e ainda amargou as eliminações no Paulistão, diante do Santos, e na Copa do Brasil, para o Coritiba. Foi demitido para a chegada de Ney Franco, que vinha com a expectativa de trazer novas ideias. Respaldado pelo ótimo trabalho na base da seleção brasileira, chegou trazendo enorme expectativa. Um ano depois, se transformou em mais uma decepção.

Sem reconhecer erros, a diretoria estuda seu próximo passo. Para acalmar a torcida, irritada com a sequência de resultados ruins, a ideia é trazer um dos nomes que fizeram sucesso em um passado recente: Muricy Ramalho ou Paulo Autuori, os dois técnicos mais vitoriosos da história recente do São Paulo, depois de Telê Santana. O primeiro levou o time aos títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005; o segundo conquistou o tricampeonato brasileiro, entre 2006 e 2008. Resta saber se a tentativa dará certo.

DESEMPENHO DOS ÚLTIMOS TÉCNICOS DO SÃO PAULO
Muricy Ramalho - 364 J, 197V, 101E e 66D - aproveitamento de 63,37%
Ricardo Gomes - 73J, 38V, 15E e 20D - aproveitamento de 58,90%
Sérgio Baresi - 14J, 5V, 4E e 5D, aproveitamento de 45,24%
Paulo C. Carpegiani - 47J, 30V, 4E e 13D, aproveitamento de 66,67%
Adilson Batista - 22J, 7V, 9E e 6D, aproveitamento de 45,45%
Emerson Leão - 44J, 26V, 6E e 12D, aproveitamento de 63,64%
Ney Franco - 79J, 41V, 16E e 12D, aproveitamento de 58,6%

 



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