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Serra tem 40 registros de preservação patrimonial

 

Alguma das construções são do século retrasado e possuem poucas intervenções.

 

A Prefeitura da Serra mantém 40 locais como imóveis, logradouros, muros, palmeiras ou conjuntos arquitetônicos, com valores patrimoniais históricos, arquitetônicos, paisagísticos e afetivos. Os imóveis tem um registro na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e são identificados como interesse de preservação. Algumas construções são do século retrasado e possuem poucas intervenções. São imóveis tombados: casarões de época, igrejas e ruínas, como o caso da Casa do Congo Mestre Antônio Rosa, a Igreja de Reis Magos e as Ruínas de Queimado.

Entre os registros, destacam-se os ossários do muro do cemitério de Serra Sede que compreendem 209 urnas construídas em alvenaria e concreto. A conservação das urnas, assim como a dos túmulos, fica a cargo das famílias proprietárias. Muitas unidades, apesar de guardarem ossadas, não recebem visitas. De acordo com o administrador do cemitério, é tradição da comunidade pintar todas as urnas com cal, sempre no Dia de Finados.

Na Rua Cassiano Castello, um antigo sobrado colonial, construído em 1862, foi ecletizado e ampliado no século XX. A residência e propriedade eram do Capitão João Cardoso Castello, integrante de uma das famílias mais abastadas e tradicionais do município da Serra. Nela nasceram o vereador Belmiro Geraldo Castello, em 1868, e a primeira deputada estadual do Espírito Santo, Judith Leão Castello Ribeiro (1898).

As palmeiras também estão inseridas no documento, pois faziam parte da paisagem da Serra colonial e, ao longo dos anos, foram perdendo espaço no contexto urbano face ao acelerado processo de crescimento e renovação do município. Ainda há uma na Praça João Miguel e outra na praça da prefeitura.

No Bairro São João, distrito de Nova Almeida, há um Chafariz com estilo neocolonial, próximo à praça. O antigo aldeamento de Reis Magos, por estar situado em terreno plano numa elevação, não tinha água próxima à superfície. Os índios descobriram água minando da encosta do platô, a cerca de 800 metros da igreja, numa depressão do tabuleiro. Esse poço existiu até a década de 1980. Este chafariz foi erguido ao lado da igreja em 1952, era abastecido por uma caixa d’água elevada, servindo à população até o ano de 1986, quando foi desativado.

Na Rua Antônio Cícero, na Serra Sede, número 82, está localizada a Casa da Lua, de propriedade privada. A casa tem estilo arquitetônico eclético e é uma edificação térrea, de uso residencial. A cobertura da casa tem duas águas e empena frontal com friso horizontal adornada com três estrelas de cinco pontas e uma meia lua que se constituem como únicos elementos de caráter ornamental do conjunto. Festas em louvor a São Benedito são realizadas nela. Essa preservação arquitetônica colabora com a aproximação do imaginário dos participantes das festas religiosas e dá noção de como ocorriam as festas antigas.

Na antiga Fábrica Atlantic Veneer, há um painel da artista plástica capixaba Marian Rabello que deverá ser preservado pelo Shopping da MRV, atual proprietário do imóvel. Este painel em azulejos pintados de 1968 retrata algumas questões da época: o desmatamento ou corte indiscriminado das árvores e a relação homem-natureza. Marian é pintora, ceramista e a primeira muralista do Estado. Seus trabalhos são feitos em telas, murais, cerâmicas, azulejos e pastilhas e é reconhecido no Brasil e no exterior. Localizado na rodovia BR 101, o painel de cunho surrealista chama atenção pela variedade de cores.

As igrejas também estão inseridas no documento: A Igreja São Pedro e Muro frontal, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Serra Sede,a Igreja e Residência de Reis Magos, Igreja de São João de Carapina, além da Casa do Congo Mester Antônio Rosa, a Casa de Pedra, atelier do Neusso, e a Ponte Velha de Nova Almeida, sobre o Rio Reis Magos que liga Serra a Fundão.